Nunca
dorme. No setor de serviços, os reajustes continuam
Até os
economistas mais heterodoxos da Esplanada dos Ministérios em Brasília andam
preocupados. O motivo é o comportamento da inflação ao longo deste ano. O ponto
decisivo não tem a ver, contudo, com a alta dos alimentos, apesar dos cinco
anos seguidos de alta média de 10%. No Recife, por exemplo, a cesta básica
ficou 15,3% mais cara em 2012. Em São Paulo, o aumento foi de 10%. A escalada
do preço dos serviços é a novidade a desagradar à equipe econômica. Ciente dos
riscos embutidos, o receio dos economistas não ortodoxos é de que o Banco
Central tenha uma recaída e volte a aumentar a taxa básica de juros.
Nestes
momentos, a orientação ideológica monetarista recomenda a alta da Selic (até o
limite politicamente sustentável) com o intuito de desestimular o consumo, o
investimento e, ao cabo, conter o ímpeto do dragão inflacionário. No mercado
financeiro, a torcida é para que esse movimento ocorra ainda no fim deste ano,
mais tardar no início de 2014. Para desfazer o cenário nebuloso, o governo
federal saiu a campo. Na terça-feira 5, a presidenta Dilma Rousseff anunciou
que o governo pretende eliminar os impostos da cesta básica. O maior vilão dos
alimentos, porém, é o ICMS. Brasília garantiu: não faltarão recursos para financiar
a produção agrícola. “Se gastarem mais dinheiro, terá mais. O que gastarem, nós
cobrimos”, afirmou Dilma. Isso servirá para contrabalançar o fato de o
Ministério da Agricultura ter se descuidado dos estoques reguladores, o que
abre margem para mais inflação.
Preços – Economia – Carta Capital
08.02.2013
09:55
Nenhum comentário:
Postar um comentário