quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Segunda rodada de negociações do setor sucroalcooleiro termina sem acordo

Na manhã desta quinta-feira (23), no salão Cenarium do Hotel Imirá Plaza, na Via Costeira de Natal, representantes dos trabalhadores e das empresas (indústrias e produtores) do setor sucroalcooleiro participaram da segunda rodada de negociações da categoria.
O evento coordenado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN) teve como mediador, o representante do Ministério do Trabalho, Cláudio Gabriel e contou com a presença do assessor jurídico da CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Carlos Eduardo Chaves.
De acordo, com um dos representantes das empresas empregadoras, o empresário Saulo Soares, o setor tem enfrentado grandes dificuldades nos últimos anos, devido principalmente aos longos períodos de estiagem, o que obrigou muitas empresas a fechar as portas ou reduzir o número de unidades e funcionários. “Reconhecemos a necessidade de atender os pleitos da categoria, mas acreditamos que a manutenção do que foi conquistado nos anos anteriores já é um avanço nesse cenário de crise”, afirmou.
O presidente da FETARN, Manoel Cândido da Costa respondeu a afirmação dizendo entender as dificuldades enfrentadas pelo setor, mas que o reajuste salarial é um direito da categoria, assim como condições de trabalho mais dignas. “Seria um grande retrocesso se os direitos adquiridos em campanhas salariais anteriores fossem tirados dos empregados”, disse.
Manoel Cândido falou ainda que nos últimos anos os avanços têm sido poucos e que o reajuste salarial é um fator determinante. “Nas três últimas décadas, boa parte dos trabalhadores na agricultura foram substituídos por maquinário agrícola. Em 1982 eram mais de 40 mil canavieiros no Rio Grande do Norte, hoje são menos de cinco mil. Precisamos garantir os direitos desses trabalhadores”, concluiu.
De acordo com o representante da CONTAG, Carlos Eduardo Chaves, no ano passado a negociação foi difícil, porém, no final, o resultado foi satisfatório para os dois lados. “A CONTAG é ciente da importância do setor e do fortalecimento do dialogo. Temos acompanhado as dificuldades enfrentadas e lutado por politicas publicas que beneficiem esse segmento”, afirmou.
No final da reunião, os empresários fizeram uma proposta de reajuste salarial muito abaixo da inflação do período, o que não foi aceito pela categoria. Mediante o impasse ficou marcada para o dia 3 de novembro uma nova rodada de negociações.
“Estamos confiantes em novos avanços. Queremos uma proposta justa de reajuste salarial, além do atendimento a outros pontos essenciais da pauta de reivindicações da categoria”, concluiu a diretora de Assalariados da entidade, Maria Elizabeth Fernandes.
 
Sobre a pauta
A pauta de reivindicações que está sendo discutida é fruto das assembleias realizadas nos dias 13 e 14 de setembro, nos municípios de Ceará Mirim, Montanha, Goianinha, Pedro Velho, São José do Mipibu, Canguaretama, Baía Formosa e Arês.



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