O presidente da Comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), iniciou a audiência apresentando números sobre o processo do envelhecimento no país. “Segundo fontes do Ministério da Previdência e números que serão anunciados ainda neste ano, a tendência é nós nos aproximarmos dos 30 milhões de idosos no país. Vale também dizer que, de 1997 a 2007, a população idosa brasileira apresentou um crescimento de 21,6%”, divulgou.
Paim completou a informação com dados do IPEA: em 2050, a taxa de idosos será de 66%, isto é, haverá mais idosos em idade de aposentadoria do que a população ativa. “Um dos maiores desafios é vencer o preconceito contra a velhice, garantir meios que garantam a essa parcela da população meios dignos de sobrevivência. É preciso investir em estratégias que garantam a qualidade de vida e o acesso a direitos e garantias de todos que estejam com idade igual ou mais que 60 anos”, destacou.
A ministra aproveitou a oportunidade para falar da grande responsabilidade de trabalhar essa temática. “Trabalhamos para que toda política pública tenha um olhar de direitos humanos para todos os segmentos populacionais, incluindo aqui destacadamente a população idosa”, afirmou.
Maria do Rosário completou que o envelhecimento humano não traz uma sobrecarga, não pode ser visto como um peso sobre os governos e a sociedade ou sobre as famílias. “O envelhecimento humano é fruto de passos que foram trilhados nas políticas públicas, na sociedade e nos governos, que nos permitiram avançar no tempo de vida e que, portanto, acima de tudo, devem ser considerados como uma conquista para um país como o Brasil”.
A audiência debateu também o primeiro ano de funcionamento do Disque 100. Em 2011, a maioria das denúncias foi de negligência e abandono. Portanto, não atendimento das necessidades de idosos em condição de vulnerabilidade.
Uma das propostas levantadas na reunião foi o de articular um trabalho conjunto da sociedade, da Comissão de Direitos Humanos, do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso e da Secretaria Nacional do Idoso para a realização de um mutirão nacional de instalação dos Conselhos Municipais do Idoso em todo o país. “Com esses conselhos implantados, sobre os quais já firmamos um acordo com a Frente Nacional de Prefeitos, podemos ter uma presença ativa dos idosos lutando pela sua própria causa”, propõe a ministra.
A CONTAG teve a oportunidade de apresentar na audiência pública a realidade da população idosa rural brasileira. “No meio rural são 8,5 milhões de idosos. Se envelhecer já é difícil no meio urbano, no meio rural é muito mais, pois as políticas públicas não chegam e não incluem os trabalhadores idosos rurais. Envelhecer no meio rural é um desafio grande e os gestores e os legisladores precisam considerar esse público no planejamento e nas políticas públicas, dando possibilidades para que essas pessoas continuem no meio rural e com suas raízes”, explicou a assessora Maria Cavalcante.
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi
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