Segundo “La Repubblica”, Bento XVI teria decidido deixar o cargo no dia em que recebeu o dossiê do Vatileaks.
ROMA - O
conteúdo do relatório sobre o escândalo conhecido como Vatileaks, entregue ao
Papa Bento XVI em dezembro passado, teria sido devastador, a ponto de levar à
renúncia do Pontífice, segundo o “La Repubblica”. De acordo com o jornal
italiano, ao abandonar o cargo, o Papa pretendia possibilitar a entrada de um
líder mais jovem e forte para fazer uma limpeza no Vaticano.
O dossiê
de 300 páginas, contendo a investigação completa sobre o vazamento de
documentos secretos da Santa Sé, revelaria disputas de poder, relações
homossexuais e mau uso de dinheiro.
“La
Repubblica” afirma que Bento XVI teria decidido neste dia que deveria se
demitir. “O dossiê será entregue ao próximo Papa, que deverá ser mais forte,
jovem e santo para poder enfrentar o trabalho que espera”, diz o jornal.
- Tudo
gira em torno da observação do sexto e sétimo mandamento - afirmou o jornal,
citando uma pessoa muito próxima a um dos autores do relatório. “Não cometerás
atos impuros”, proclama o sexto mandamento, “Não furtarás”, diz o sétimo.
O jornal
lembra que já em 2010 teria vindo à tona um escândalo que mostrou a existência
de estudantes que se prostituíam, de um membro do coro do Vaticano que atuava
como cafetão. A história tinha como protagonista Angelo Balducci, o presidente
do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, que teve seu telefone
interceptado por suspeita de corrupção.
Durante a
investigação, foi descoberto que Balducci conversava com frequência com um
membro do coro da Reverenda Capela Musical da Sacrosanta Basílica Papal de São
Pedro no Vaticano - um nigeriano chamado Chinedu Thiomas Eheim - que oferecia
serviços sexuais com jovens.
“Só te
falo que tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é
completamente ativo”, disse o membro do coro do Vaticano a Balducci em uma das
conversas interceptadas.
Os
encontros sexuais, segundo assegura “La Repubblica” citando a investigação judicial,
aconteceram em uma vila fora de Roma, em uma sauna, em um centro estético, no
próprio Vaticano e em uma residência universitária que seria a casa de Marco
Simeon em Roma, um jovem de 33 anos que acumulou enorme poder à sombra da
Basílica de São Pedro.
O jornal
“La Repubblica” fala da possível existência de um “lobby gay” dentro do
Vaticano, “uma rede transversal unida pela orientação sexual”. Segundo a
publicação, pela primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada, lida
em voz alta no apartamento do Papa. E pela primeira vez se falou, ainda que em
latim, da palavra “influentiam” (chantagem), lembra a reportagem, fazendo
referência às conclusões finais do documento exposto ao Papa.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/sexo-dinheiro-poder-podem-ter-influenciado-na-renuncia-do-papa-7636096#ixzz2LaNWoDMo
© 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
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Fonte: O Globo / Com agências internacionais
Publicado:
21/02/13 - 10h11
Atualizado:
21/02/13 - 15h25
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