O clima
do semiárido potiguar é propício para o cultivo da uva. “A escassez de chuva e
a temperatura média constante, em torno de 32º graus, são condições favoráveis
ao cultivo”, diz Django Dantas, Mestre e Doutor em Fruticultura. O estudioso
está no segundo ano de vigência do experimento que está sendo montado na
Fazenda Rafael Fernandes, pertencente à Universidade Federal Rural do Semiárido,
Ufersa.
A
pesquisa tem o objetivo de conhecer o comportamento das videiras nas condições
climáticas do Rio Grande do Norte. Segundo o pesquisador, as condições
possibilitam duas colheitas anuais, o que não ocorre em regiões de clima frio
que possibilita apenas uma colheita. Outra vantagem apontada por Django Dantas
é a vida produtiva do parreiral que pode alcançar até 25 anos.
Outro
diferencial da pesquisa é a forma de produção com baixo impacto ambiental, ou
seja, com menor uso de defensivos.
Serão
avaliadas os tipos: Itália Melhorada, Isabel Precoce e Niagra Rosada. A
uva tipo Isabel Precoce tem grande aceitação para mesa, vinho e sucos. Já a
Itália Melhorada para mesa e, a Niagra Rosada tem boa aceitação na mesa e para
a produção de vinho.
O experimento
ocupa uma área de 2.500 m², totalizando 360 plantas irrigadas por micro
aspersão. “Observamos que o desenvolvimento ocorreu semelhante às videiras
cultivadas no Vale São Francisco”, ressalta o pesquisador. As mudas, estacas e
garfos vieram de Juazeiro, na Bahia, e foram produzidas aqui na região.
Análise
A segunda
etapa da pesquisa vai acontecer com a pós-colheita prevista para os próximos
dias onde serão avaliadas a produtividade, a qualidade do fruto (peso e tamanho
do cacho) e o teor de açúcar (Brix). “Nessa etapa vamos obter o ciclo produtivo
das três cultivares e comparar com as das uvas produzidas em outras regiões do
país”, afirma, acrescentando que a uva é uma fruta de grande produtividade.
O
pesquisador acredita ainda que a pesquisa com uva irá contribuir para uma
mudança na cultura dos produtores da região. “A uva tem excelente produtividade
podendo chegar a 30 toneladas por safra com apenas um hectares plantado”,
afirma. O investimento inicial adianta o pesquisador fica em torno de R$ 40
mil. “Na segunda colheita o produtor já tira o investimento”, assegura Django.
Jornal
de Fato, Postado em 20/02/2013 - 16:10
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